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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A lambança do Instagram...

Sempre fui refratário à exposição pessoal de qualquer natureza. Essa mania que muitos tem hoje de usar fotos nas redes sociais em diversas atividades, nunca me atraiu. Na infância era difícil alguém conseguir uma foto comigo. Coisas do temperamento.

Talvez por isso, ache tão estranho ver a escalada de serviços como o Foursquare que permite ao usuário dar entrada em algum lugar em sua chegada. Embora interessante, o sistema que funciona por geolocalização, é na minha visão, uma porta escancarada para a marginalidade na vida de quem o utiliza. Uma vez que sua utilização é publica, qualquer um com acesso a uma rede social pode acompanhar os passos de um usuário com informações gentilmente fornecidas pelo próprio. Isso me preocupa sobremaneira. Entendo isso como uma forma de exibição pura e simples. Contudo, respeito a opção de cada um em sua adoção.

Um outro serviço que se vale da necessidade humana em se exibir, esteve na mídia essa semana... O Instagram. Uma rede social que possibilita a postagem de fotos de seus usuários e que assim como o Twitter, tem seguidores. A polêmica entretanto, foi em função de uma alteração em suas regras de utilização, três meses após ser comprado pelo Facebook. Nessa mudança, com o propósito de rentabilizar o negócio, a rede informou que passaria, à seu critério, comercializar material de seus usuários postados em seus bancos de dados e sem qualquer contra-partida financeira a esses. Completando, a nota informava ainda que para evitar a nova regra, o usuário reticente teria como única opção excluir sua conta e deixar a rede. Isso de forma até bastante grosseira. Obviamente a grita dos usuários e meios de comunicação foi imediata. Uma mudança da regra do jogo no meio desse não é inteligente. Em poucos horas, o Instagram recebeu uma enxurrada de cancelamentos e apesar de ter quase certeza de que recuariam, cancelei minha conta. Na verdade já pensava em fazer isso por usá-la raramente e aproveitei a oportunidade para engordar o coro dos descontentes.

Quem alguma vez se preocupou em ler as licenças de uso do que assina virtualmente, sabe que é uma forma de rentabilização dos negócios, é a venda de informações de seus usuários. Todos fazem isso! Aqui foi uma questão diferente. Ainda que seu presidente, o americano Kevin Systrom tenha se pronunciado e falando em mal entendido ao recuar da decisão, é preciso salientar que as regras de qualquer serviço devem ser as mais claras possíveis. Porém, para evitar recusa, usam propositadamente, termos de difícil entendimento. A questão que fica agora é qual o futuro dessa rede. Será que a lambança que promoveram terá repercussão em sua manutenção? Ou sofreremos mais uma vez de memória seletiva? Aquela que só lembra do que convém...