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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O relógio da Apple desencantou...

Após muitos rumores sobre um provável lançamento pela Apple de um smartwatch que analistas vinham chamando de iWatch, finalmente a empresa de Cupertino apresentou sua opção nesse crescente mercado da tecnologia wearable (vestível). Diferente dos tempos de Steve Jobs em que era quase impossível saber o que a maçã
preparava, o Apple Watch (seu nome de batismo), foi alvo de inúmeras especulações e pouco antes do anúncio oficial, uma declaração atribuída ao vice-presidente de design da Apple, Sir Jony Ive, chamou a atenção... Num tom nada modesto, Ive teria dito que esse novo device acabaria com a indústria relojoeira suíça por sua beleza e funcionalidade. Lógico que uma afirmação dessa natureza, carregada de exagero, reforça caso verídica, a forte aposta que a Apple faz nesse produto.

O mundo viu surgir comercialmente nos anos 70 os relógios a quartzo e na década seguinte assistiu a invasão japonesa com seus digitais eficientes, baratos e resistentes. Naquele momento, grandes empresas do ramo relojoeiro suíço tiveram de repensar suas políticas comerciais e disso surgiram conglomerados originados de fusões para compartilhar processos administrativos. O grupo francês Louis Vuitton é um desses e engloba entre outras; Hublot; Bvulgari; Tag-Heuer; Zenith.... Porém, o mais notório é o suíço Swatch que controla brands como a Omega; Rado; Longines e Mido além obviamente de sua marca reconhecida mundialmente por linhas em que o design e a variedade de modelos são sua principal característica.


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Justamente nesses quesitos a Apple parece focar seu produto. Pensando nas várias visões que pipocaram na net, esperava mais em termos de design, mas como a opção foi pela discrição, exceto pelos valores anunciados, gostaria de possuir um desses. Com caixa retangular e compatível com iPhones à partir da quinta geração, foi desenvolvido em três versões; Apple Watch - em aço inoxidável, tela de safira e preço estimado em US$999; Apple Watch Sport - em alumínio, tela de vidro e custo inicial de US$349, e o EDITION - com caixa em ouro maciço 18K, obviamente a tela de safira e iniciando em indigestos US$4.999, podendo chegar a US$9.999, dependendo da pureza e coloração (amarelo ou rosé) do material. O gadget, que deve ser lançado comercialmente nos EUA no primeiro trimestre de 2015 e será oferecido em duas dimensões de caixa, 42 e 38 mm, indicando a pretensão de atingir também o público feminino, tem atrativos bacanas;
  • 8Gb de memória, suficientes para um bom número de músicas em MP3 que podem ser confortavelmente ouvidas por fones bluetooth (não incluso);
  • Seis opções de pulseiras intercambiáveis e oferecidas em metal, borracha ou couro, instaladas num sistema de encaixe aparentemente simples e prático;
  • Carga de bateria por indução magnética que dispensa o uso de cabos ou conectores;
  • Sensores biométricos na parte inferior que monitoram a atividade física (batimentos cardíacos);
  • Apenas dois botões de comando que devem ter facilitado sua solução de estanqueidade já que suporta respingos de chuva e suor.
Ao receber um vídeo (embutido na imagem acima) de um amigo sobre esse lançamento a primeira questão que levantei. É a prova d'água? NÃO! No universo da relojoaria de qualidade é comum ver modelos clássicos com igual condição. No entanto, num dispositivo que se propõe a ser multiuso como a tal versão Watch Sport, é no mínimo estranho. Naturalmente respeitando a (possível) opinião de alguém do porte de Jony Ive se de fato aconteceu, é muito questionável. Por mais interessante que seja esse novo smartwatch, assim como outros, dificilmente conseguiriam desbancar nomes com enorme tradição na produção de joias do tempo. Um aparelho como o Apple Watch é na verdade um mero eletrônico movido a bateria, fabricado aos milhares em uma linha de montagem chinesa e que tem dentre suas funções a de marcar as horas. Por isso nem pode ser comparado a alta relojoaria suíça, baseada atualmente em relógios mecânicos (automáticos ou manuais), confeccionados à mão por mestres dessa área e que duram anos com a mesmíssima confiabilidade de quando novos. Devices como esse, podem quando muito, ser opções aos populares; Tissot; Bulova; Citizen; Seiko ou os relógios de grifes como; Empório Armani; Lacoste; Michael Kors; Tommy Hilfiger... Jamais a um Vacheron Costantin; Patek Philippe; Breitling; Cartier; Rolex; Officine PANERAI  e a outros de semelhante padrão elencados acima. Com informações de exame.abril.com.br e quora.com.