Produzir textos com conteúdo que a auto-crítica e perfeccionismo de um virginiano considerem relevantes não é fácil. Porém, tenho me esforçado.
Com relação às redes sem fio, existe ainda certo desconhecimento de conceitos básicos, seja de segurança ou mesmo funcionamento, embora sejam bem simples. Já escrevi alguns textos (que farei uso aqui para explicar uma ou outra questão) sobre esse assunto, criando até um capítulo nas memórias que fiz para meus filhos.
Com relação às redes sem fio, existe ainda certo desconhecimento de conceitos básicos, seja de segurança ou mesmo funcionamento, embora sejam bem simples. Já escrevi alguns textos (que farei uso aqui para explicar uma ou outra questão) sobre esse assunto, criando até um capítulo nas memórias que fiz para meus filhos.
Muito recentemente, recebi um chamado de um Cliente que precisava instalar um repetidor de wi-fi em sua casa porque seu roteador não vencia a distância que ele desejava. Inquiri sobre isso e ele também incrédulo, respondeu que a distância era pequena, pouco mais de 10 m. em seu apartamento. Nessas condições, um roteador, mesmo de padrão g, deveria atender sem maiores problemas. Embora nunca tenha questionado a veracidade da informação que o Cliente passa, sei que em alguns casos, alguma é omitida. Ao atendê-lo, vi que sua descrição do problema foi correta. Pela localização do seu roteador, o local onde precisava fazer uso da tecnologia sem fio era próximo. Tratei de verificar a configuração do roteador. De primeira, percebi que estava configurado para o padrão b, bem mais fraco em potência de sinal que o g, ainda que a diferença grande na taxa de transferência dos protocolos, 11 Mbp/s para o b e 54 Mbp/s para o g numa utilização de internet, com uma banda nada larga de 300 Kbp/s, nem seria um problema, contudo, a deficiência de sinal era bastante acentuada.
Na residência desse cliente, um apartamento num condomínio de alto padrão, identifiquei um número grande de redes sem fio que poderiam causar interferências na sua. Bem... Antes de prosseguir, creio que é interessante explicar alguns termos e protocolos citados acima.
Um pouco sobre Wi-Fi
O conjunto de regras que define a tecnologia Wi-Fi, foi criada em 97 pelo IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, Intituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica, sediado nos E.U.A. Baseia-se no protocolo IEEE 802.11 e permite a criação de conexões (redes) entre dispositivos compatíveis com grande flexibilidade e confiabilidade sem a utilização de cabos. Seu nome veio como uma brincadeira com o conhecido 'Hi-Fi' de High Fidelity – Alta Fidelidade. Somente em 2001 com a criação de um grupo gestor, o WECA - Wireless Ethernet Compatibility Alliance (algo como Aliança para Compatibilidade em Redes Sem Fio), a denominação passou à que conhecemos, Wireless Fidelity ou Fidelidade Sem Fio.
Posteriormente a isso, em 2002, o próprio grupo, teve seu nome alterado para Wi-Fi Alliance. Dessa base, foram feitas algumas especificações com características distintas, sendo as mais utilizadas; o IEEE 802.11a, que contempla conexões a até 54 Mbp/s, utilizando a frequência de 5 GHz. O IEEE 802.11b que trafega dados até 11 Mbp/s, operando na faixa dos 2,4 GHz e o IEEE 802.11g que trafega até 54 Mbp/s na frequência de 2,4 GHz, todas com alcance nominal de 100 m., sem barreiras. Um fator foi determinante para o sucesso dessa tecnologia; respeitando-se o limite de banda de cada implementação, todos os protocolos, são compátiveis entre si.
Existem também as soluções proprietárias, criadas por um ou outro fabricante, baseados no protocolo IEEE 802.11g. Cada fabricante utilizou um nome para sua solução, mas todos aderiram o mesmo valor nominal de 108 Mbp/s, as chamadas redes g turbinadas. Sobre essas soluções, cabe uma explicação. Como foram definidas sem a anuência do Wi-Fi Alliance, não existem garantias que um equipamento desse padrão turbinado de um fabricante x, funcione com a solução turbinada do fabricante y. No caso de alguma incompatibilidade entre soluções proprietárias, a rede trafegará dados respeitando seu protocolo original, o g. É preciso ainda esclarecer, que as taxas de transferência oferecidas por cada padrão são nominais e não reais, ficando na verdade na faixa de 30% do nominal.
Por se tratar de ondas de rádio, vários fatores influenciam negativamente na propagação dos sinais. Em alguns casos, chegam a inviabilizar completamente o uso dessa solução em ambientes com outros aparelhos que operem na mesma frequência, caso de telefones sem fio. Além desse, outras barreiras são dignas de nota como portas de madeira maciça, espelhos, aquários ou bebedouros no caminho do sinal e lajes quando a intenção é utilizar uma rede sem fio numa edificação com mais de um pavimento. Fabricantes de hardware, desenvolveram produtos para agregar Wi-Fi a dispositivos pré existentes como desktops e notebooks. A primeira forma de transformar uma rede convencional, cabeada, em uma rede sem fio, foram os Access Point que conectados a uma porta de um swicht - chaveador que permite a expansão de conexões de rede a outros computadores (limitados ai pelo seu número de portas), possibilitavam também a transmissão dos dados ali trafegados para uma rede sem fio. Pelo seu custo alto e dificuldades de gerenciamento de segurança, esses aparelhos foram preteridos em favor dos roteadores que são equipamentos como o próprio nome indica, capazes de fazer o gerenciamento de uma pequena rede mista (cabeada e sem fio).
Dotados de 4 portas LAN – Local Area Network ou Porta de Rede Local e de uma porta WAN - Wide Area Network - Rede de Longa Distância, a Internet, os roteadores, prescindem assim, da necessidade de um switch. Contribuiu para a popularização dos rotedores wireless, o barateamento do acesso a Internet em banda larga, a necessidade de compartilhamento de conexões, a escala de sua de produção por vários fabricantes, com a consequente queda de preços.
O protocolo n
Uma das maiores limitações das redes g, é justamente sua faixa de frequência, que sofre interferência de uma série de aparelhos como os já citados telefones sem fio. Por esse motivo, fabricantes desse tipo de produto, alteraram essa faixa de alguns modelos para 900Mhz, visando minimizar o problema. Ainda assim, as redes g sofrem outras interferências como a de fornos de microondas. Obviamente em menor escala, já que esses aparelhos não ficam ligados por períodos muito longos num ambiente. Para solucionar essas questões e atender a demanda por maior largura de banda, visando soluções de vídeo em alta definição, surgiu o protocolo IEEE 802.11n draft. A implementação foi adotada pelos fabricantes de hardware antes mesmo de ter sido totalmente normatizada pelo Wi-FI Alliance, dai o nome draft ou rascunho. O grande diferencial do n em relação aos outros é seu maior alcance; até 300 m. sem barreiras, taxa de transferência nominal de 300 Mbp/s graças a tecnologia chamada MIMO – Multiple In Multiple Out ou Multiplas Entradas e Multiplas Saídas e frequência de operação de 5GHz. O padrão contempla maior difusão dos sinais de rádio e mantêm compatibilidade com os anteriores.
Feitas essas explicações, podemos voltar ao nosso assunto. Depois de identificar a questão do protocolo configurado ser o b e não o g, nem tive muito tempo pra me alegrar, logo percebi que o problema não era esse. As redes vizinhas realmente afetavam fortemente e não conseguia manter um sinal estável nem mesmo configurando o repetidor de sinal. Algo bastante incomum. Depois de várias tentativas sem sucesso, em uma nova visita, experimentei outro roteador para testar a integridade do que estava em uso já que em inúmeras situações se mostrou muito instável, perdendo totalmente o sinal com distâncias muito pequenas (10 m.). Com o novo, a rede, mesmo ainda sofrendo interferências, conseguiu estabilizar o sinal. Nosso problema foi somente um roteador com defeito. Entretanto, até chegar a isso, foram alguns muitos percalços.
