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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Media Center

Desde o final de 2005, com o lançamento do Windows XP Media Center Edition 2005, primeiro software front-end (programa que permite a interação direta do usuário para navegação em conteúdo multimídia) embarcado num Sistema Operacional, venho observando o conceito da central de entretenimento baseada num computador pessoal.

Pela enorme flexibilidade desse tipo de plataforma, seria justo imaginar que essa ideia iria explodir e cair no gosto das famílias do mundo todo; Afinal, a possibilidade de ter seus filmes, músicas, fotografias e tantas outras formas de diversão centralizadas, se mostrava muito interessante. Vários fabricantes apostaram, mesmo que modestamente, em equipamentos HTPC, acrônimo de Home Theater PC, basicamente computadores com gabinetes horizontais, assemelhados a um aparelho de som e dotados de farto espaço em gigabytes para armazenar toda nossa vida digital. Contam ainda com placas de vídeo poderosas capazes de execução de material em alta definição, além, naturalmente, de jogos e operados a distância por um controle remoto proprietário.

As possibilidades dessa solução pareciam matadoras, mas não foi assim que aconteceu. Alguns fatores podem ser apontados como limitantes para o sucesso. A instalação de conteúdo nunca foi algo simples e exigia do usuário sempre um conhecimento maior sobre formatos e codecs de áudio e vídeo. Novamente a Microsoft que avalizou o conceito, trouxe melhorias flagrantes no front-end Media Center embarcado nas versões Home Premium, Professional e Ultimate de seu SO Windows 7. Uma bela evolução em relação ao existente no SO anterior, o controverso Windows Vista. O Windows Media Center sempre foi o front-end mais popular, não o mais poderoso, muito menos o mais prático. No início da novidade, o mercado brasileiro não foi considerado, pois o Windows XP Media Center Edition 2005 nunca teve versão em português... Outro complicador! Restou o home-made (feito em casa) para quem quisesse se aventurar...

Meus experimentos

Montei meu primeiro equipamento mais com a função de servidor de músicas. Após o advento do MP3, converti toda minha discoteca para esse padrão o que tornou seu gerenciamento muito simples. Faltava apenas tirar a audição dessas músicas do âmbito de apenas um computador. Comprei um gabinete horizontal, fiz uma entrada de ar frontal para melhorar a refrigeração e pintei em preto fosco. Esteticamente, completei com um display LCD comprado no Mercado Livre no início de 2003 que apresentava em suas duas linhas e dezesseis colunas a canção executada, além de outras informações como temperatura do processador e rotação de seu ventilador que podiam ser configuradas no aplicativo do display... Era muito legal e funcionava ligado a porta paralela. Usei um processador AMD K6/2 de 500MHz. Esses processadores tinham o péssimo hábito de aquecer em demasia, porém sempre foram muito baratos. Instalei um disco rígido de 4,3GB e aportei esse  PC no rack do som da sala e ligado ao receiver Yamaha que tinha. Não precisei de monitor, teclado ou mouse. Para controlá-lo, usava o VNC, um software de acesso remoto à partir do meu computador, que por sua vez, ficava num outro cômodo da casa. Usava ali um receiver Pioneer do primeiro conjunto de home-theater acoplado a um equalizador gráfico de 7 bandas da mesma marca para ouvir minhas músicas.

O segundo Media Center já foi mais elaborado na questão técnica. Como o anterior funcionava somente para músicas agora queria algo mais. Aos poucos comecei a montar outra máquina que acumulasse essa função à de player de vídeos. Escolhendo a dedo cada item que comporia o novo sistema; uma placa mãe Intel D865GBF, 1GB de memória com dois pentes Kingston, teclado e mouse trackball da Goldship ambos sem fio. Só pequei no processador, um Celeron D 2,53GHz, embora tenha funcionado muito bem. Nada de excepcional. Instalei também um adaptador USB x bluetooth DBT-120 da D-Link. Inclui uma placa de vídeo ATI 9250 de 128 MB mesmo com meros 64bits, deu conta do recado. Montei esse conjunto em um gabinete modificado a partir de um modelo torre, com duas placas de madeira de lei aparafusadas no que seria o topo e a base do gabinete, transformando-o em desktop. Ficou com a cara daqueles receivers Marantz de estilo vintage (refere-se a artigos antigos, usualmente acima dos 20 anos, ainda em funcionamento e que tiveram importância em um determinado momento da história). Por ser o baixo ruído uma prioridade, gastei um bom dinheiro numa fonte da Akasa. Finalizei o projeto com um leitor de cartões de memória Fujitsu, um DVD-RW Samsung e cabos rounded também da Akasa. Testei vários softs de front-end, inclusive o Windows XP Media Center Edition 2005. Até gostei dele, mas tive problemas com a configuração da rede sem fio. Optei então pelo excelente Meedio Essentials. Essa máquina ficava permanentemente ligada, parando a cada 40 dias para manutenção. Numa pausa para limpeza deixei o micro desligado por 4 dias e ao recolocar no lugar, não funcionou mais... Perdi uma placa mãe!

Gostei muito da brincadeira e para o seguinte HTPC, selecionei uma placa mãe Gigabyte GA-P35-DS3 com todos os capacitores sólidos, saída de áudio digital (ótica e coaxial) e rede gigabit. Equipei essa configuração com um processador Intel Core 2 Duo 2,2GHz, o mais rápido comercializado na época, porque não queria as limitações do Celeron da máquina anterior. Ao invés de partir para outra adaptação de gabinete, comprei um horizontal no Mercado Livre, utilizado em servidores. Fiz algumas alterações como à pintura em preto e encomendei 4 peças de inox para usar como pés. Instalei internamente uma manta anti ruído da Akasa, um leitor de cartões de memória e a fonte que já tinha, todos do mesmo fabricante. Preservei o disco rígido de 120GB do equipamento anterior, substituído pouco depois por dois discos de 500GB.

Como queria usar o Windows Vista para testar sua solução Media Center, coloquei 2GB de memória e uma placa de vídeo com 512MB e 256bits. Apesar de a placa mãe ter um bom número de portas USB, sabia que precisaria de muitas e instalei um adaptador PCI x USB que acrescentou mais 5 dessas interfaces ao conjunto. Testei o Windows Vista Ultimate e desisti logo pela lentidão excessiva. Conclui também que aquele sistema não me acrescentaria nada e parti para a versão Home Premium, também dotada do Media Center. A diferença de desempenho em relação ao Ultimate foi enorme e mantive a HP até a substituição para o Windows 7 Home Premium. Esse, com um Media Center evoluído, estável e ajustes mais lógicos que seu antecessor. Para controlar o sistema que liguei a uma TV LCD de 32” e a um receiver Marantz, adotei o conjunto Microsoft MCE 1044, composto de teclado, controle remoto e receptor infra-vermelho. O teclado não foi concebido para digitação, entretanto, seus comandos das funções multimídia replicados no ótimo controle remoto fazem toda a diferença em relação a outros que testei e tornam a experiência de uso muito prazerosa.


kit Microsoft 1044

O próximo passo será a adoção do Linux Ubuntu para utilizar o front-end XBMC