No início da labuta com um front-end (programa que permite a interação direta do usuário para navegação em conteúdo multimídia), sofri com a quase inexistência de material para consulta e por conta disso, apanhei bastante. Mesmo o lançamento pela Microsoft do Windows Media Center no final de 2005, não melhorou grande coisa. Embarcado apenas na versão em inglês do Windows XP, alguma informação de sua utilização e configuração era escassa. Testei o WMC, pois sempre considerei interessante uma solução desse tipo, integrada ao SO. Porém, tive de abandoná-lo por problemas com a interface wi-fi que na época era incipiente também. Adotei então o Meedio Essentials, um front-end poderoso e com grande flexibilidade de customização. Após a venda da empresa que o desenvolveu, o programa parou de ser suportado e voltei ao WMC já no Windows 7 com uma rápida passagem pelo do Vista. A evolução do WMC embarcado no 7 foi grande, ainda assim, não tão estável como gostaria. Muito menos simples de entender sua lógica. Um exemplo; Demorei algum tempo para descobrir que para visualizar uma prosaica imagem da capa de um filme enquanto navegava no menu, a procura do que assistir, precisava que essa fosse um arquivo JPG (nenhum outra formato) com o nome folder, gravado na mesma pasta em que mantinha o filme e legenda, caso necessária. Para minha sorte, havia definido esse formato de arquivamento. Mais uma sova para descobrir um tamanho prático para esse arquivo JPG. Depois de alguns muitos testes, cheguei a 350 x 500 pixels.![]() |
| "Alcançar" esse formato estético no WMC 7 foi bastante penoso |
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| A apresentação do módulo de músicas do WMC é elegante e funcional |
Ao longo do tempo, testei vários front-ends. Além do Windows Media Center e Meedio Essentials, também o myHTPC; o Chameleon; o SageTV; o MediaPortal e o que agrega maiores benefícios entre todos... O XBMC. Mas mesmo esse poderoso front-end, não tem uma solução para o módulo de músicas tão interessante quanto a que a Microsoft colocou no seu Media Center. A interface é elegante e limpa, com as capas dos discos da seleção adicionada à base de dados, rolando agrupadas e criando um papel de parede em mosaico que desce lentamente como uma proteção de tela durante a execução de músicas, quando são apresentadas as informações contidas em suas tags. Aliás, de forma quase idêntica à adotada no Mac OS X quando executa músicas.
Na convivência com o WMC, entre outras questões uma bem chata foi quanto as legendas. Embora após a instalação de algum CODEC, o Windows suporte o formato SRT, o front-end em alguns filmes ou mais comumente em seriados não as carrega. Para contornar adotei um artifício, configurando o XBMC na biblioteca de Extras do Windows Media Center para execução do conteúdo em que enfrentava o problema. Como o XBMC é realmente muito bom com qualquer mídia de vídeo e permite inúmeras customizações, funcionou a contento. O senão foi que o ícone do XBMC não é visualizado, apenas sua descrição. Na verdade, de nenhum aplicativo diferente dos nativamente instalados no WMC. A Microsoft colocou a opção para uso de um aplicativo externo e esqueceu de suportá-la. Essa instalação exigiu um pouco de pesquisa, nenhuma transparência. A soma de muitos contratempos e/ou instabilidades, fizeram abrir mão do WMC e migrar para o XBMC versão13.0 (também conhecido como Gotham).
É outra experiência de uso! Enquanto o Windows Media Center praticamente não usa a internet, o XBMC abusa da conexão a net para enriquecer seu conteúdo, buscar imagens pertinentes ao material selecionado, apresentando como papel de parede e etc. Num primeiro contato, quem não tem traquejo com softwares de front-end, pode se atrapalhar com questões simples como adicionar a biblioteca pessoal a sua base de dados. Existem algumas diferenças interessantes e importantes. No Windows Media Center, o nome do arquivo de filme pode ser o que o usuário preferir que o programa apresente. No XBMC, é imprescindível que seja o nome correto e no idioma nativo. Como o programa busca na internet informações adicionais sobre a mídia, um nome diferente pode criar confusão. Vi esse problema em alguns títulos que são refilmagens, como Moulin Rouge de 2001, dirigido por Baz Luhrmann e estrelado pela Nicole Kidman. Não alterei isso e o XBMC o identificou como a película de 1952, dirigida por John Huston. Uma solução simples em caso de homônimos é incluir no nome do arquivo de vídeo, o ano de sua produção entre parênteses - Moulin Rouge (2001). Resolvido!
O programa permite uma série de configurações através do uso de diversos add-ons (extensões que lhe dão funcionalidades adicionais) disponíveis gratuitamente para download. Entre muitos, instalei uma interface que roda seriados antigos à partir do YouTube, outro com seleções de rádios igualmente da grande rede e um com informações climáticas. Com o uso de uma skin, que em outros sistemas seriam apenas peles, responsáveis por mudanças puramente estéticas, no XBMC funcionam como um modelo de layout que faculta configurações específicas com maior poder de customização ao executar determinadas tarefas.
A navegabilidade no conteúdo de vídeo é muito bem resolvida na skin que escolhi
Por esses e outros fatores, como solução de Media Center creio não existir algo melhor que o XBMC, que recomendo fortemente. Exceto para ouvir músicas! Nesse quesito e em conjunto com o controle remoto específico da Microsoft (ao lado), ainda não encontrei uma experiência que minimamente se aproximasse da oferecida pelo Windows Media Center e para essa utilização, pretendo mantê-lo. Com informações de wikipedia.org.




