Nas postagens sobre repetidores sem fio (duas das mais populares
aqui), um grande número de leitores comentou sobre dificuldades enfrentadas ao
instalar e/ou utilizar um repetidor para suas redes (sem elencar as tantas
mensagens eletrônicas) e o problema mais comumente vivenciado estava ligado a
algo que imaginei que nunca ocorreria; O local da instalação física de um dispositivo
desses. Como as conexões sem fio são um assunto que gosto bastante,
busquei num post publicado em 2011,
alguns dados que considero importantes. É preciso entender as interferências que essa comunicação via sinal de rádio sofre; *A impossibilidade de transpor água (bebedouros); Portas maciças; Cercas
vivas; Espelhos; Lajes e principalmente aparelhos que operem em igual frequência, como telefones sem fio. Esse tipo de conexão sem fio não é ciência exata, no entanto
conhecendo tais limitações para contorná-las eventualmente e
adotando equipamentos de boa qualidade, dificilmente um sinal desses terá
problemas de propagação.
Atualmente um importante complicador em muitos
casos é esse, a baixa qualidade dos roteadores wi-fi fornecidos nos pacotes de
dados da maioria das operadoras de internet do
Brasil. Obviamente visando a redução dos seus custos, muitas adotam equipamentos
defasados tecnologicamente que em sua maioria operam no protocolo IEEE 802.11g que trafega dados a 54 megabits por segundo - mps
(nominais). Tomando como exemplo a
assinatura de um pacote de dados de 15 mps, um roteador desses não imporia
nenhum gargalo, correto? Não é bem assim... O trafego real desse ou qualquer
protocolo wireless é na faixa dos 30% do valor nominal. Ou seja, 16,2 mps (desde
que esse aparelho realmente atenda a norma). Além disso, esse protocolo
opera na frequência de 2,4 GHz e alcance nominal
(não real) de 100 m., sem *barreiras.
Para piorar o cenário com um roteador desses, muitos usam antenas internas,
menos eficientes que uma externa (excluindo ai produtos de alguns fabricantes
de grande renome e tradição em acessórios de rede como a Linksys, por exemplo). Na tentativa de seduzir usuários com maior
conhecimento, algumas operadoras alegam fornecer roteadores no mais recente e rápido
protocolo, o IEEE 802.11n. Seria
fantástico se fosse verdade....
Em relação
aos protocolos b e g, o IEEE 802.11n tem diferenciais importantes; Alcance de até 300 m. sem barreiras; Taxa de transferência nominal de
300 mps (30% = 100 mps e igual a uma ligação cabeada via um switch 10/100), graças a tecnologia
chamada MIMO – Multiple In Multiple Out ou Múltiplas Entradas e Múltiplas
Saídas com três antenas e frequência
de operação de 5 GHz que contempla maior difusão do sinal e mantêm
compatibilidade com os anteriores. No entanto, antes desse protocolo
ser oficialmente liberado pelo Wi-FI Alliance a entidade que os rege, alguns fabricantes diante da demanda por maior
velocidade se anteciparam e criaram o IEEE 802.11n draft (rascunho) que trazia como principal implementação a duplicação do valor nominal do protocolo g para 108 mps. Por isso também ficou conhecido como g turbinado. Contudo, manteve a frequência de 2,4 GHz. Uns poucos fabricantes garantiam alcance maior
em produtos específicos que traziam duas antenas. Quando o IEEE 802.11n foi disponibilizado para a indústria, se percebeu o custo
sensivelmente mais alto de um equipamento desses em relação aos IEEE 802.11g ou aos IEEE
802.11n draft e esse último naturalmente se tornou quase
padrão. Com o tempo, esses g turbinados evoluíram para 150 mps e
são esses aparelhos os ofertados como sendo IEEE 802.11n. São em
realidade IEEE 802.11n draft. Basta
observar suas especificações técnicas.
![]() |
| As linhas representam espaços distintos e não lajes |
Quem recebeu um roteador incluso num pacote de dados, muito provavelmente tem um
produto que terá maior dificuldade em alcançar até espaços não tão amplos.
Tanto pior em edificações antigas com paredes mais espessas. Vejo isso
diariamente e a profusão de repetidores no mercado é o reflexo natural disso. Logicamente
um dispositivo com essa
proposta não opera
milagres e precisa de ajuda para funcionar adequadamente. Um
repetidor deve ser instalado fisicamente num ponto intermediário onde receba um
sinal estável do roteador, podendo assim replicá-lo. Se for instalado ao lado de um roteador, o
problema de sinal onde se deseja continuará e se for instalado onde existe a deficiência
de sinal, não enxergará o roteador e apresentará um erro de comunicação. Muitos
problemas relatados são oriundos desse posicionamento físico do repetidor em
relação ao roteador. É antipaticamente óbvia essa questão (daí a preocupação). O meio do caminho É o caminho!
