Translate

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Para um repetidor wireless, o meio do caminho É o caminho...

Uma sensação de déjà vu e preocupação tomou conta ao alinhavar esse texto. A impressão de já o ter escrito foi forte e explico a outra mais a frente...

Nas postagens sobre repetidores sem fio (duas das mais populares aqui), um grande número de leitores comentou sobre dificuldades enfrentadas ao instalar e/ou utilizar um repetidor para suas redes (sem elencar as tantas mensagens eletrônicas) e o problema mais comumente vivenciado estava ligado a algo que imaginei que nunca ocorreria; O local da instalação física de um dispositivo desses. Como as conexões sem fio são um assunto que gosto bastante, busquei num post publicado em 2011, alguns dados que considero importantes. É preciso entender as interferências que essa comunicação via sinal de rádio sofre; *A impossibilidade de transpor água (bebedouros); Portas maciças; Cercas vivas; Espelhos; Lajes e principalmente aparelhos que operem em igual frequência, como telefones sem fio. Esse tipo de conexão sem fio não é ciência exata, no entanto conhecendo tais limitações para contorná-las eventualmente e adotando equipamentos de boa qualidade, dificilmente um sinal desses terá problemas de propagação.

Atualmente um importante complicador em muitos casos é esse, a baixa qualidade dos roteadores wi-fi fornecidos nos pacotes de dados da maioria das operadoras de internet do Brasil. Obviamente visando a redução dos seus custos, muitas adotam equipamentos defasados tecnologicamente que em sua maioria operam no protocolo IEEE 802.11g que trafega dados a 54 megabits por segundo - mps (nominais). Tomando como exemplo a assinatura de um pacote de dados de 15 mps, um roteador desses não imporia nenhum gargalo, correto? Não é bem assim... O trafego real desse ou qualquer protocolo wireless é na faixa dos 30% do valor nominal. Ou seja, 16,2 mps (desde que esse aparelho realmente atenda a norma). Além disso, esse protocolo opera na frequência de 2,4 GHz e alcance nominal (não real) de 100 m., sem *barreiras. Para piorar o cenário com um roteador desses, muitos usam antenas internas, menos eficientes que uma externa (excluindo ai produtos de alguns fabricantes de grande renome e tradição em acessórios de rede como a Linksys, por exemplo). Na tentativa de seduzir usuários com maior conhecimento, algumas operadoras alegam fornecer roteadores no mais recente e rápido protocolo, o IEEE 802.11n. Seria fantástico se fosse verdade....

Em relação aos protocolos b e g, o IEEE 802.11n tem diferenciais importantes; Alcance de até 300 m. sem barreiras; Taxa de transferência nominal de 300 mps (30% = 100 mps e igual a uma ligação cabeada via um switch 10/100), graças a tecnologia chamada MIMO – Multiple In Multiple Out ou Múltiplas Entradas e Múltiplas Saídas com três antenas e frequência de operação de 5 GHz que contempla maior difusão do sinal e mantêm compatibilidade com os anteriores. No entanto, antes desse protocolo ser oficialmente liberado pelo Wi-FI Alliance a entidade que os rege, alguns fabricantes diante da demanda por maior velocidade se anteciparam e criaram o IEEE 802.11n draft (rascunho) que trazia como principal implementação a duplicação do valor nominal do protocolo g para 108 mps. Por isso também ficou conhecido como g turbinado. Contudo, manteve a frequência de 2,4 GHz. Uns poucos fabricantes garantiam alcance maior em produtos específicos que traziam duas antenas. Quando o IEEE 802.11n foi disponibilizado para a indústria, se percebeu o custo sensivelmente mais alto de um equipamento desses em relação aos IEEE 802.11g ou aos IEEE 802.11n draft e esse último naturalmente se tornou quase padrão. Com o tempo, esses g turbinados evoluíram para 150 mps e são esses aparelhos os ofertados como sendo IEEE 802.11n. São em realidade IEEE 802.11n draft. Basta observar suas especificações técnicas.

As linhas representam espaços distintos e não lajes
Quem recebeu um roteador incluso num pacote de dados, muito provavelmente tem um produto que terá maior dificuldade em alcançar até espaços não tão amplos. Tanto pior em edificações antigas com paredes mais espessas. Vejo isso diariamente e a profusão de repetidores no mercado é o reflexo natural disso. Logicamente um dispositivo com essa proposta não opera milagres e precisa de ajuda para funcionar adequadamente. Um repetidor deve ser instalado fisicamente num ponto intermediário onde receba um sinal estável do roteador, podendo assim replicá-lo. Se for instalado ao lado de um roteador, o problema de sinal onde se deseja continuará e se for instalado onde existe a deficiência de sinal, não enxergará o roteador e apresentará um erro de comunicação. Muitos problemas relatados são oriundos desse posicionamento físico do repetidor em relação ao roteador. É antipaticamente óbvia essa questão (daí a preocupação). O meio do caminho É o caminho!