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quarta-feira, 10 de julho de 2019

Co-working profissa...

Provavelmente muitos já ouviram falar sobre o co-working – trabalho colaborativo (replicando uma definição simples que encontrei na grande rede); “Um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que trabalham não necessariamente para uma mesma empresa ou em idêntica área de atuação”. E esse conceito ou modelo, atualmente é bastante corriqueiro nos grandes centros empresarias do mundo....

Como São Paulo é um desses, existem espaços de co-working em profusão pela cidade. Sejam os utilizados informalmente, como um dos seus muitos SESC em que é normal ver gente usufruindo de graça de uma tomada elétrica amiga e acesso a internet (nem sempre bom por conta da forte demanda), ou ainda em seus tantos
pontos culturais. Porém, em nossa capital econômica, entre tantas outras opções para quem quer trabalhar com conforto, segurança e num ambiente compartilhado com usuários ligados ao que existe de mais atual na tecnologia e negócios, o Google trouxe seu SPACE (aqui nominado Campus São Paulo). Um conceito com incubadora para novas startups e espaços colaborativos entre seus membros, incluindo palestras, workshops e demais eventos com o intuito de fomentar negócios. Mantido atualmente em cidades como: Londres; Madri; Seoul ou Tel-Aviv, o nosso é o primeiro (e até então o único na América Latina) e usá-lo gratuitamente é bastante simples. Basta um rápido cadastro pela internet e ganhar a credencial (renovada anualmente) que libera o acesso aos dois andares destinados ao co-working, na primeira visita ao Campus São Paulo (localizado bem próximo à Av. Paulista). A estrutura realmente impressiona até aos mais acostumados com ambientes do tipo: Grande preocupação com ergonomia e conforto dos usuários numa decoração moderna e limpa aliado a uma conexão wireless de alta velocidade e sem luxos desnecessários. No quinto andar, há um local de trabalho,
em que simplesmente não se pode conversar (e meu preferido por esse motivo). Quem passa por ali, costuma ver apenas gente com a cara colada em seus notebooks e ouve somente cliques de mouses. Nada além! Como eventualmente é preciso usar um celular, o Google adaptou algumas cabines em fibra de vidro (daquelas usadas como guaritas de segurança), com bancada para receber um portátil e conexão cabeada à rede, para esse fim. Não resolve acusticamente falando, mas por existir tal solução, os usuários costumam moderar no volume das conversas e o arranjo acaba cumprindo sua função. Ainda no quinto, presos à escada de metal que dá acesso ao andar superior e separa visualmente a chamada área do silêncio de um ambiente mais descolado, foram instaladas algumas cadeiras de balanço criadas a partir do casco de
orelhões de rua (imagem). Muito legal! Esse espaço além de permitir o acesso à varanda do pavimento, onde existem mais algumas mesas para trabalho (e na primeira vez em que estive ali também uma rede - talvez removida por questões higiênicas...), o Google disponibiliza mesas para reunião, nichos com futons onde se pode trabalhar confortavelmente deitado ou mesmo tirar um cochilo reparador entre tecladas ou ainda, disputar uma partida de sinuca com outros usuários enquanto curte um cafezinho. Completando o point para o co-working gratuito, no sexto andar, há uma cafeteria que vende lanches rápidos, (obviamente) cafés, bebidas não alcoólicas e acesso a uma ampla varanda parcialmente coberta, mas que em dias de sol forte, não poupa seus usuários do calor. Para entender o serviço e eventuais limitações, numa ocasião tentei baixar algum arquivo grande para testar a velocidade de download e esse não aconteceu. É fato que testei uma única vez e depreendi algum tipo de bloqueio no sistema. O que não faz muito sentido já que inúmeros usuários se valem do streaming para reuniões online. No entanto, por ser um serviço gratuito de excelente qualidade, tal questão pode muito bem ser relevada. Com funcionamento de segunda à sexta das 09 às 19h, o Campus São Paulo, sem duvida é um enorme achado para um amplo perfil de usuários, residentes de Sampa ou forasteiros.







Soube da WeWork (que recentemente virou um braço da The We Company com a expansão dos seus negócios) ano passado ao receber um convite para conhecer uma das unidades em São Paulo. Embora tenha agendado uma visita, não cheguei a fazê-la e nem lembro o motivo. Após outro contato há tempos, recebi uma oferta de degustação dos seus serviços por um mês. Uau! Nem acreditei de pronto. Afinal a mensalidade na unidade que gostaria de frequentar gira em torno dos US$400,00. Um investimento que (infelizmente) meu estilo de vida e trabalho não comportam. Contudo, conhecer e vivenciar a dinâmica da empresa seria bem legal, pensei. A primeira questão a ser compreendida é quanto ao custo do serviço. A WeWork é uma multinacional no ramo do trabalho colaborativo e possui unidades em vários países, algumas em São Paulo, e basicamente aluga espaços ou postos de trabalho sejam individuais ou para empresas. Mas é mais que isso! É uma grande comunidade focada nas relações pessoais e comerciais e o que se pode tirar delas; Sejam negócios e/ou parcerias surgidas num papo entre vizinhos de mesa compartilhada; Num dos tantos eventos montados pela estrutura ou membros; Numa rodada de choppe (que apesar de não consumir álcool, experimentei uma vez) liberado de segunda a sexta entre às 14 e 19h ou mesmo numa partida de tênis de mesa ou pebolim (essas últimas, disponíveis na área de convivência da comunidade). Em todo o espaço, um dos principais objetivos claros, é o estímulo à integração entre os membros. Oportunidades de negócios também podem nascer no momento do lanche comprado por ali ou trazido de casa e aquecido num dos microondas disponíveis para esse fim, que servem igualmente para estourar uma pipoquinha (desde que sem sabor para não incomodar). Completam esses muito simpáticos mimos, uma máquina com água gelada e quente para um chá, igualmente gratuito e a tão propalada água saborizada, intensamente sorvida que exceto pela baixa
temperatura, achei extremamente sem graça. Ali, até relações afetivas acontecem eventualmente, com ou sem um empurrãozinho. Próximo ao dia dos namorados, a estrutura montou um muito maneiro Correio do Amor através de bilhetinhos, encaminhados aos crush da vez, por pessoal da administração. Apesar de estar fora dessa onda, achei mais uma grande sacada dos caras. Nos meus dias, participei de alguns eventos como degustação de snacks saudáveis e outros. All free.... Falando em salgados, a WeWork tem pontos para venda desse tipo de alimento e bebidas. Comprei um refrigerante para testar o sistema que funciona basicamente na confiança, self service. Todos os itens tem valor grafado e uma lista em papel onde o usuário anota seu nome, data, produto(s) consumido(s) e o valor a ser pago em máquinas de crédito ou débito (únicas formas) para esse fim. Gostei! Até o valor de R$5,00 no meu refrigerante preferido, levando em consideração o espaço de comercialização, foi bastante razoável. Uma das coisas que mais curti desses tempos, foi o aplicativo da comunidade, em formato de rede social. Um espaço onde membros (de todas as partes do mundo) ou prepostos da WeWork divulgam informações pertinentes (ou não) como; Eventos; Busca de profissionais e também uma relação de inúmeras parcerias, como o que mantém com o sistema de transporte alternativo Muvo (que opera bicicletas e scooters elétricos no modal da Yellow e Grin), com uma oferta bacana para membros da comunidade, mas que infelizmente ainda não chegou ao Brasil. Também testei o download de alguns itens e não percebi qualquer limitação nesse quesito. Curiosamente, exatamente quando queria testar isso, ao chegar para mais um dia de experimentos no espaço que optei para a minha degustação, observei um usuário fazendo streaming normalmente. Baixei um vídeo com 2GB em pouco mais de 40 minutos. Um valor que poderia ser considerado alto frente ao expressivo link dedicado que a unidade dispõe. Todavia, considerando o número de usuários “pendurados” numa mesma rede (129, naquele momento), a velocidade de download é bastante satisfatória. Além disso, nem de longe, essa é uma das propostas da WeWork. Ao realizar um cadastro para utilização de um espaço, o novo membro naturalmente define, entre as muitas unidades disponíveis, onde deseja trabalhar. No entanto, é possível através de um sistema de reservas feito pelo app da comunidade, experienciar outras unidades e infelizmente não ceguei a conhecer um dos que mais queria, o Habitat do Bradesco. De uma coisa tenho certeza, findo meu período de degustação, vou sentir muita saudade dos tempos desse clube quase privê que é a WeWork. Para quem entende um espaço de co-working como pertinente para seu estilo de vida e trabalho num regime de funcionamento 24/7, recomendo esse serviço fortemente.