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sábado, 19 de junho de 2021

Fuja dos SSD de primeiro preço...

Sempre me orgulhei de, ao optar por algum item de consumo, pesquisar e escolher os de melhor custo/benefício do momento e agindo de tal forma, ao longo do tempo não vivenciei maiores problemas. Porém, um dia (ou alguns....) a casa cai.

Tentando dar sobrevida ao meu notebook, com um (até o presente) razoável Intel Core i5 de 3ª geração, 4GB de memória RAM e um disco rígido de 500GB, fiz algumas modificações.

  1. Acrescentei um pente de memória de 4GB, perfazendo 8GB;
  2. Removi seu DVD (para mim inútil), instalando no lugar um caddy SATA com um HD de 1TB (recentemente upado para 2TB) para armazenar principalmente arquivos de trabalho + mídias diversas e;
  3. Substitui seu HD de 500GB por um SSD de 240GB (SATA3*)

O resultado foi realmente impressionante. O note que com disco convencional demorava quase 2 minutos para carregar, passou a inicializar o Windows 10, pronto para uso (com todos seus drivers carregados) em 28 segundos (ambas as medições obtidas com o ótimo BootRacer). Imaginei assim ter feito as escolhas certas em cada intervenção. Embora não tenha testado o upgrade de memória com o HD e sim após instalação do S.O. e já com o SSD, creio que o sistema tenha ganhado um folego maior por conta da redução do gargalo imposto pelos 4GB nativos. Já adaptado a nova realidade de desempenho na usabilidade, passei a perceber alguma lentidão. Notadamente nos acessos ao drive principal, o SSD SanDisk Plus de 240GB. Quando o adquiri, percebi logo tratar-se de um produto de entrada. De primeiro preço! E mesmo que tenha a brand e seja comercializado pela americana SanDisk, é fabricado por outra empresa, a chinesa JMicron. Contudo, não imaginava existirem diferenças de desempenho tão gritantes no universo dos SSD. Mas existem e são realmente, bastante significativas.

Enquanto pesquisava, cheguei a acreditar que os modelos da Kingston eram superiores em velocidade de acesso e antes da confirmação (ou não), comprei outro Drive de Estado Sólido, dessa vez um Kingston de 120GB, o A400 para instalação no netbook de um amigo e Cliente. Entendi que para esse equipamento, um Celeron Dual-Core com meros 2GB de RAM integrados à placa mãe (que impedem um upgrade), a instalação de um SSD seria a única possibilidade de alguma melhoria. Aliado a isso, o modelo trazia como sistema operacional o modorrento Windows 8 e buscava, à pedido do meu Cliente, uma solução de migração para o 10. Aliás, sobre esse netbook, não entendi a motivação da fabricante taiwanesa embarcar touch screen num computador de configuração tão limitada. "Ai lembrei do comentário do Steve Jobs ao ser questionado sobre a possibilidade de agregar tal funcionalidade aos MacBooksEm suas palavras, 'As telas sensíveis ao toque num notebook seriam ergonomicamente terríveis'. Concordo! Ter de levantar o braço na altura dos ombros para sua usabilidade, não se pode dizer que é algo natural ou confortável. No meu entendimento tem função puramente midiática. Meu computador tem touch screen...". Óbvio que é apenas uma opinião.

Testes

Paralelo a compra desse Kingston que deixou o netbook muitas vezes melhor, permitindo a instalação do Windows 10 64bits, continuei pesquisando sobre esse item milagreiro. Um verdadeiro ressuscitador de configurações limitadas (ou nem tanto)e testei os dois que tive acesso. Em condições ideais com barramento SATA3, para esse modelo, a SanDisk informa taxas de 530MB/s para leitura e 440MB/s para escrita. Números muito bons. Se fossem reais....


Usando no notebook (com o SanDisk Plus de 240GB) ferramentas como o AS SSD Benchmark e o CrystalDiskMark, os números (acima) obtidos foram sensivelmente inferiores aos nominais propalados pelo fabricante.


No netbook Asus com o Kingston A400 a situação se complica mais. Frente aos 500MB/s para leitura e 320MB/s para gravação, os valores resultantes são medíocres. Lógico que o processador extremamente lento do net, influenciou tal resultado. Apenas não consegui mensurar o quanto.

De início, a ideia era remover o SanDisk do i5 e instalá-lo no netbook. Assim, poderia equipar meu notebook com um SSD maior e mais rápido, o Crucial BX500 de 480GB que em vários reviews disponíveis na grande rede tem se mostrado o de melhor custo/benefício da atualidade, ainda que comercializado em valores ligeiramente acima dos SanDisk ou Kingston. Coisa de 15%. Nada que inviabilize sua aquisição. Além da natural pesquisa prévia para a melhor aquisição possível de um item como um SSD, é preciso pontuar que essa tecnologia é baseada em dispositivos de memória flash, que tem vida útil e diferente de um HD convencional que em muitos casos "dá avisos que vai pifar", com os Solid State Drive isso não acontece. Morrem simplesmente. Tornando o hábito de backups recorrentes, altamente relevante. 

"A vida útil de um SSD é limitada de acordo com a quantidade de ciclos de gravação. Isso significa que quanto mais dados por célula forem salvos, maior o nível de desgaste do equipamento. Conforme a Ontrack (site de onde esse parágrafo foi integralmente extraído), a vida útil média de um SSD está entre 3 e 10 mil ciclos de gravação". Ainda que isso represente alguns bons anos, é importante ratificar... 
  • Ao adotar um SSD, o cuidado redobrado com a preservação das informações ali gravadas, é vital;
  • Apesar de muitos optarem numa migração desse tipo, pela clonagem de um disco rígido para um novo SSD, prefiro sempre uma instalação limpa. À partir do zero! Mesmo essa pratica representando um processo mais trabalhoso, a certeza de que nenhum problema desconhecido será herdado do antigo S.O./HD, faz sua adoção valer a pena.
É importante lembrar que nesses dois casos, utilizei SSDs com barramento SATA Serial ATA, ambos de terceira geração e os mais rápidos para configurações que os utilizam. No entanto, os SSD existem em outros formatos/barramentos. O SSD M.2 PCIex e o SSD M.2 NVMe, com desempenho sensivelmente superior aos SATA convencionais e são os mais modernos atualmente. Sua principal diferença física em relação aos SATA, é a interface com um design menor (assemelhado a um pente de memória utilizado em PCs desktop - de mesa) e é voltado à aplicação diretamente em placas principais (mother board).

Com informações de businessinsider.com e ontrack.com.