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domingo, 6 de janeiro de 2013

O fim do Netbook.

Até que durou bastante, mas o netbook perdeu sua última batalha e morreu. A notícia de que a  Acer pararia de produzir os pequenos, já era esperada. Postei um texto abordando o assunto no final de 2011. Contudo, a Asus anunciar igual decisão chama mais a atenção.

Afinal foi a fabricante taiwanesa quem criou a categoria em 2007. A Asus, vinha vendo suas vendas cair sucessivamente e decidiu finalizar a produção dos seus famosos EeePC que não aparecem mais em seu portfólio para 2013. Essa linha viveu os áureos tempos até meados de 2012. A grande sacada da Asus ao criar o netbook, foi entender a maior utilização que um portátil deveria ter. A possibilidade de enviar e receber e-mails, edições de textos e planilhas sem necessidade de alto desempenho. Em troca propunha um equipamento pequeno, peso de até 1,5Kg , com boa autonomia de bateria e barato. Em média 25% menos que um notebook de entrada. Para isso, alijou o produto do drive de DVD, realmente desnecessário, utilizou para armazenamento um SSD – Solid State Disc (Disco de Estado Sólido) de 512Mb e usou um processador Intel mobile Celeron com clock reduzido, num corpo com tela LCD de 7”. Na época, não existiam processadores para essa categoria. O sucesso foi estrondoso e a Intel enxergando o enorme potencial, criou um específico para esses micrinhos, o Atom. Um processador de baixíssimo consumo de energia e consequente baixa necessidade frigorífica. Logo, todos os grandes lançaram seus modelos seguindo a Asus que fez ajustes ao conceito original com o aumento da tela para 10” e adoção de discos rígidos, mais baratos, com maior espaço para armazenamento, porém mais lentos e falíveis em relação aos SSD que substituíram. Um ou outro concorrente, buscando uma diferenciação ofereceram drives óticos externos, mas que acabavam comprometendo a portabilidade.

O grande problema do netbook foi uma outra novidade lançada em 2010 que atendia pelo nome de iPad. Criado pela Apple de Steve Jobs, o tablet, nova categoria que desenvolveram, foi anunciado como as tradicionais apresentações do mítico cofundador da empresa da maçã... Como um produto revolucionário. E era mesmo! A própria Apple havia tentado uma solução semelhante muitos anos antes a qual deu o nome de Newton. Quando criaram esse tablet, a internet apenas engatinhava mesmo nos EUA e esse foi o maior algoz da ideia. Muitos questionaram a real utilidade de um aparelho que deveria ser manobrado com toques em sua tela de 9,7" sensível e através de ícones. Muita gente duvidou que aquilo vingasse, inclusive eu. Porém Jobs estava certo e eu e muitos outros, redondamente enganados. O resto todo mundo sabe, mesmo quem não é ligado em tecnologia. O iPad explodiu e caiu no gosto do público por conta de sua extrema simplicidade de uso, leveza e alta autonomia de bateria. Em média 10hrs (contra no máximo 3 dos netbooks), além da inegável beleza. Virou objeto do desejo e mostrou a que vinha.

Mesmo com inúmeros concorrentes incluindo a própria Asus que lançou seu tablet Transformer TF101 (que utiliza o sistema operacional Android do Google), a Apple só ganha adeptos, principalmente graças a sinergia perfeita com seu ecossistema, com uma oferta de apps (aplicativos) que cresce aos milhares para todas as necessidades e inutilidades também.

Ainda que tenha sido descontinuado por toda a indústria, continuo achando o netbook um aparelho muito interessante para uma boa camada do mercado. Usei um desses por um bom tempo e minha experiência foi excelente. Embora também o tenha substituído por um tablet, vez por outra sinto sua falta. Uma coisa que o iOS, o sistema dos portáteis da Apple não faz e é muito útil, é a possibilidade da multitarefa. Isso não tem mesmo e nem acredito que vá ter um dia. Com informações de businessinsider.com e yahoo.com.